Álbuns esquecidos do Rock

Hà poucos dias atràs, discutindo ao telefone com o nosso amigo CNeves, compreendi que os três discos « de rock esquecidos » que eu tinha proposto hà algum tempo, o tinham perturbado, pois sendo ao nivel da construção musical em margem do seu gosto pessoal e dos habitos de escuta. Ora, o erro é meu pois, os discos que propuz podem ser, efectivamente, desconcertantes para um amador de rock classico e mesmo, objectivamente, não pertencer à categoria do rock. Da mesma maneira que Albert Ayler ou Sun Ra, serão desconcertantes para um amador de jazz classico, os discos que propuz podem ou devem ser para um amador de rock, confusos estilisticamente e pouco digestos se não forem compreendidos. Todos os estilos de musica possedem, globalmente, três periodos de vida que são, a nascensa, a existência e a morte, como os seres vivos. Os discos que propuz pertençem à fase « post mortem » do estilo e hà qual se dà o nome de « post-rock » hoje, afim de definir uma continuidade que é ao mesmo tempo uma ruptura. Da mesma maneira que o jazz actual é chamado « moderno », em oposição ao periodo classico, o rock moderno possede vàrias tendências que o afastam da ritmica binària que possuia, e o caracterisava à nascensa. Mas como o jazz, o rock evoluiu muito depressa, e essa urgência criativa, criou um vazio apos os anos oitenta, pois o estilo hoje repete-se e é incapaz de se re-inventar, e deixa assim de existir, como o jazz classico faleceu apos o fim dos anos sessenta. Eu gosto muito de rock, quase tanto como de jazz, e nos dois estilos tenho uma preferência pela fase de fim, ou seja de existência/morte, pois considero-as como as mais ricas experimentalmente. Isto é evidentemente, um gosto pessoal e não uma hierarquia, e o contràrio é tão verdade, assim como toda outra apreciação honesta sobre a percepção da criação artistica…

O objectivo deste longo discurso é de apresentar mais três discos de rock, talvez não esquecidos, mas pouco badalados em geral, e que podem ser a faisca para melhor compreender os três albuns de « post-rock » que propuz antes. È evidente para mim, que se não tivesse feito conhecimento com estes albuns hà vinte e tal anos atràs, não teria desenvolvido talvez, o gosto que tenho hoje pelo rock moderno, da mesma maneira que sém o « The shape of the jazz to come » do Ornette Coleman, não teria sucumbido aos gritos animais e viscerais do jazz de Ayler. Estes três discos são do começo dos anos setenta, então téem quarenta anos de idade, mas sém rugas ném necessidade de cirurgia estética. São apogeus de um género de musica que entrava na idade adulta, e que buscava nas ideias, sensações e fusões, a patética via de escape para a vida eterna do estilo, sem saber que a unica coisa de imortal na terra, não são os seres, ném as coisas, mas as ideias, e a arte !!!…

Desta vez não vou comentà-los, deixo-vos o prazer da descoberta, como o encontro com o primeiro amor… para os que não os conheçem, para os outros serà a oportunidade de por o gira a rodar !...