Neste momento ando a trabalhar directamente (que quer dizer mais que nunca na base...) na alimentação (como uma teta...) daquilo a que chamam cultura... Na verdade estou a trabalhar basicamente como diria o povo «para aquecer», um aproveitamento escandaloso da situação, por parte do estado e que o cidadão tem muita dificuldade a fugir. Mas isso é outra conversa, que apenas menciono para que se procure ter minimamente consciência daquilo que está em causa, pois a tendência em geral é de perceber uma realidade super superficial.
Neste momento o meu trabalho está ligado ao que envolve o trabalho de outras pessoas ligadas à música. Estou na escola e música... Lá encontra-se, entre outros professores, uma filha do nosso querido maestro António Vitorino.
Anteontem o maestro fez uma visita à escola para assistir a uma audição dos pupilos da sua filha. Isto é algo de bonito de se ver, pois a família é uma das coisas mais importantes.
Mas o que na verdade pretendo aqui abrir é o espaço para que se possa entender o que se trata quando se fala de arte e da sua relação com a sociedade.
Alimentamos uma série de coisas, como se a relação fosse casual e sem qualquer razão passível de entendimento, como que irracionalmente. Mas existe um impacto em toda a relação, seja a nível familiar, social, política, económica... sendo que deve ser tratada como realidade que é e não apenas algo que acontece.
Seja com o desporto ou com as artes, a sociedade deveria estar esclarecida quanto ao verdadeiro envolvimento nestas matérias. E se por um lado está em causa a parte económica, por outro, está em causa aquilo que envolve a sua estrutura, ou seja, a sua filosofia.
Vê-se hoje, por exemplo, o envolvimento do sistema de jurídico no futebol, deixando um evidente «mau cheiro». O mesmo se pode dizer das artes, ainda que a realidade seja diferente.
Uma das coisas que mais me deixa perplexo aqui é a exploração dos canais de comunicação social, em particular da tv, onde todos os dias aparecem pessoas, normalmente jovens, a querer aparecer e cantar... Uma exploração, diria mesmo, sem escrúpulos!
E no que é que isto abona em prol da arte? Nada! Aqui apenas há um oportunismo; nada que tenha que ver com a criação... Enfim, tudo a condenar!
E seja o pimba ou o que quer que seja, seria bom que houvesse seriedade suficiente para que se fizesse crítica construtiva, para que se pusesse a arte destacada daquilo que o não é. Sim, porque hoje dificilmente alguma coisa passaria pelo crivo! Bem se pode dizer que hoje de tanto que se faz a que se chama arte, na verdade o nome que se deveria dar é m*&da!