Guia de áudio em 5 passos

1 - audiograma (ir ao especialista e trazer de lá o papelinho constrangedor)
2 - ignorar (o duo manhoso do "fi": hi-fi/low-fi)
3 - restringir (o aparelho só tem que reproduzir aquilo que vem no audiograma. As visitas que vão ouvir música lá em casa)
4 - minimalismo (circuitos mais complexos estragam a música)
5 - Ireverência (ter a coragem de nadar contra a maré)

Mário Franco escreveu:

1 - audiograma (ir ao especialista e trazer de lá o papelinho constrangedor)
2 - ignorar (o duo manhoso do "fi": hi-fi/low-fi)
3 - restringir (o aparelho só tem que reproduzir aquilo que vem no audiograma. As visitas que vão ouvir música lá em casa)
4 - minimalismo (circuitos mais complexos estragam a música)
5 - Ireverência (ter a coragem de nadar contra a maré) ...

Estes aparelhos respeitam as condições 2, 3 e 4 ... mas obrigam a ser muito irreverente e poucos terão essa coragem

Boa tarde!

Com alguma frequência entram novos membros neste espaço, na sua maioria procuram ajuda para montar um sistema que lhes possibilite ouvir Música.

Infelizmente a participação altruísta que visa a ajuda está pela rua da amargura, mas este tópico pode ajudar... indirectamente, mas pode.

Que tal o Mário Franco começar por explicar o que entende por cada um desses pontos?

Li num outro tópico que está a fazer algo que se assemelha a "arqueologia da técnica", ou seja, está a procurar experiências com equipamentos cada vez mais velhos (em idade, entenda-se). Este tópico não nasceu de uma dessas experiências?


Há dois pontos que me dizem algo, a saber:
"2 - ignorar (o duo manhoso do "fi": hi-fi/low-fi)"
"5 - Irreverência (ter a coragem de nadar contra a maré)"

Os restantes pontos não os entendo, mas como já lancei o repto da explicação, talvez venha a entender.



Os pontos que refiro são interessantes para mim porque:

- o ponto "2" pode muito bem ser o caminho para que todos (os que se queiram aventurar) cheguem a um lugar de conforto onde a Música entre, em vez de entrarem equipamentos - sejam eles novos ou de décadas passadas.
O grau de "fidelidade" que cada um procura não é igual e essa fidelidade deverá estar ajustada ao interesse de quem tem os equipamentos. No caso da alta fidelidade há um grau de dedicação que é preciso ter em conta, nem todos podem ou querem ter. Quem se inicia pode e deve procurar experiências, uma delas lá revelará o caminho a seguir - seja pelo rádio a pilhas, pelos aparelhos antigos ou novos, pelo sistema mais simples ou mais complexo.

- o ponto "5" eu entendo como intimamente ligado ao ponto "2", não só pela capacidade de se afirmar o caminho que se quer seguir (seja o da norma seja o que está contra a norma), mas também pela capacidade de se olhar para outros lados - a título de exemplo, sonoridade ou marcas de equipamentos.
Há marcas dominantes, há literatura dominante, há uma sonoridade dominante a cada tempo. Não é obrigatório que se siga o caminho dominante, desde logo porque ele não foi feito para todos - é como a Democracia, a ditadura da maioria. Não é obrigatório pertencer a um qualquer clube, desde logo porque a razão de existência do clube pode não ser para nós ou valer as "quotas". Não faltam formas de escapar à norma, seja pela procura de algo personalizado, seja pela procura do conforto, há marcas e registos para todos os gostos, aventurem-se!


Os outros três passos para completar os 5 do título são: experimentar a escutar, experimentar a comer e beber, experimentar a partilhar com alguém.

José Miguel escreveu:

Boa tarde!

Com alguma frequência entram novos membros neste espaço, na sua maioria procuram ajuda para montar um sistema que lhes possibilite ouvir Música.

Infelizmente a participação altruísta que visa a ajuda está pela rua da amargura, mas este tópico pode ajudar... indirectamente, mas pode.

Que tal o Mário Franco começar por explicar o que entende por cada um desses pontos?

Li num outro tópico que está a fazer algo que se assemelha a "arqueologia da técnica", ou seja, está a procurar experiências com equipamentos cada vez mais velhos (em idade, entenda-se). Este tópico não nasceu de uma dessas experiências?


Há dois pontos que me dizem algo, a saber:
"2 - ignorar (o duo manhoso do "fi": hi-fi/low-fi)"
"5 - Irreverência (ter a coragem de nadar contra a maré)"

Os restantes pontos não os entendo, mas como já lancei o repto da explicação, talvez venha a entender.



Os pontos que refiro são interessantes para mim porque:

- o ponto "2" pode muito bem ser o caminho para que todos (os que se queiram aventurar) cheguem a um lugar de conforto onde a Música entre, em vez de entrarem equipamentos - sejam eles novos ou de décadas passadas.
O grau de "fidelidade" que cada um procura não é igual e essa fidelidade deverá estar ajustada ao interesse de quem tem os equipamentos. No caso da alta fidelidade há um grau de dedicação que é preciso ter em conta, nem todos podem ou querem ter. Quem se inicia pode e deve procurar experiências, uma delas lá revelará o caminho a seguir - seja pelo rádio a pilhas, pelos aparelhos antigos ou novos, pelo sistema mais simples ou mais complexo.

- o ponto "5" eu entendo como intimamente ligado ao ponto "2", não só pela capacidade de se afirmar o caminho que se quer seguir (seja o da norma seja o que está contra a norma), mas também pela capacidade de se olhar para outros lados - a título de exemplo, sonoridade ou marcas de equipamentos.
Há marcas dominantes, há literatura dominante, há uma sonoridade dominante a cada tempo. Não é obrigatório que se siga o caminho dominante, desde logo porque ele não foi feito para todos - é como a Democracia, a ditadura da maioria. Não é obrigatório pertencer a um qualquer clube, desde logo porque a razão de existência do clube pode não ser para nós ou valer as "quotas". Não faltam formas de escapar à norma, seja pela procura de algo personalizado, seja pela procura do conforto, há marcas e registos para todos os gostos, aventurem-se!


Os outros três passos para completar os 5 do título são: experimentar a escutar, experimentar a comer e beber, experimentar a partilhar com alguém.

Boa tarde José Miguel

O guia de áudio encerra alguma ironia no título porque cria expectativas que não cumpre.

O óbvio não exige guia (excepto quando se está perdido num labirinto )

Relativamente à arqueologia é verdade, estou um Indiana Jones (sempre que possível quero ouvir uma gravação de 1940 em equipamento da época, e o mesmo para 1945 ou 1950 etc. etc.).

Prefiro ouvir um 78RPM (mono) com ruído de fundo do que uma remasterização digital (que milagrosamente passou a stereo).

Quanto ao minimalismo dos pontos 3 e 4 resulta do princípio que não faz sentido usar circuitos complexos para ouvir gravações que "não têm o que eles são capazes de reproduzir"; por outro lado "eles não reproduzem" as gravações antigas tal como elas foram feitas.

Abraço e não leve a sério estas deambulações  

Boa tarde Mário Franco!

Esse trabalho de arqueologia merece mais desenvolvimentos, desde logo porque se for feito tendo em conta toda a linha - disco, fonte, amplificação, colunas - ele torna-se uma lição de História - já tive a oportunidade de ser surpreendido por peças de outros tempos, quando bem restauradas elas são capazes de colocar um sorriso nos lábios.


O resto... Escrevi na ressaca de tentar ajudar alguém recém-entrado a procurar algo que é óbvio, mas... sei lá, por vezes parece que o acto de procurar informação caiu em desuso.

Agora vou trocar de roupa e vestir o fato "leve" das coisas.

José Miguel escreveu:

O resto... Escrevi na ressaca de tentar ajudar alguém recém-entrado a procurar algo que é óbvio, mas... sei lá, por vezes parece que o acto de procurar informação caiu em desuso.

Procurar informação é muito importante. Tenho acompanhado o que escreve relativamente às escolhas do seu sistema e temos aí um exemplo de como a teoria, bem conjugada com a experiência, pode servir inteligentemente um objectivo.