Barulho

        Em tempos, um enorme cartaz afixado num local de grande circulação, ostentava o anúncio onde foi implementada uma daquelas tácticas de marketing para orientar os clientes. Deparando-me com uma frase afirmativa que, neste caso, é discutível a sua acuidade e o bom gosto, pensei que seria total a improbabilidade de me deslocar à farmácia publicitada para adquirir algum disco de vinilo. Decorridos três anos, numa ida ao firme território do nosso país, passando à porta de tal estabelecimento, a frase do anúncio iluminou a minha Caixa Idiota Instruída (cérebro). Sem necessidade de adquirir algum medicamento, entrei com expectativa nula, apenas para me certificar que a frase tão-somente seria uma manobra publicitária. Todavia, quem haveria de dizer que lá encontraria algo que por conhecer, desejava? Entre vários produtos atípicos numa farmácia, lá estava um exemplar do amplificador 520. Adquirido, foi entregue a um técnico que trata pela segunda pessoa do singular os aparelhos de determinada marca, realizando obras de beneficiação nas suas vísceras.


       Quando o amplificador se mudou definitivamente para a minha residência, liguei-o e... fez barulho. Thchiii!!!

       Examinando, atentamente, o barulho provocado, coloquei a questão: poderá o barulho ser benéfico? Pois... Se fosse benfeitoria ou proveitoso, certamente teria outra designação. Tentando analisar o barulho num percurso coerente, a pendência instalou-se no membro situado entre os ombros.

        E se o barulho fosse colorido para adornar? Qual a sua cor? Se quem observa o barulho sofrer de daltonismo, a cor que o ouvinte afirma ver, carece de precisão. "Estou certo ou errado?"

       Ouvindo rádio, constato que o barulho se mantém. Ai os meus ouvidos! O pássaro observa-me, com pena.


       O barulho incomoda quem? Antes de saber a quem causa incómodo, na profunda índole destas questões, o barulho molesta o silêncio. Mas, a resposta estará repleta de exactidão? Não! Onde há silêncio, regista-se ausência de barulho. Assim, barulho e silêncio coabitam? Dificílimo será exercerem parceria no mesmo habitat. Quanto ao silêncio, parece que este bem está fora de moda e quase extinto por ser muito escasso, tornando-se um luxo que necessita de ser cuidado para não se perder de vez (telemóveis a apitar constantemente; buzinadelas no trânsito; pessoas que se expressam sem concederem tempo para ouvirem o seu semelhante, porquanto ser ouvinte, implica fazer silêncio).

       Com o "gira-bolachas" mantém-se o barulho. Em volume reduzido, médio ou elevado, o barulho é idêntico. Ai a minha cabeça!



       Considerando-me filósofo amador, permitam que considere que esta dissertação sobre barulho, se posiciona num elevado nível. Porquê? A reflexão mantém-se amadora, porquanto a minha Caixa Idiota Instruída não necessita de ser paga para pensar. Na realidade, existem Caixas Idiotas Instruídas ocupadoras de cargos relevantes no Estado/empresas públicas que, auferindo vencimento para reflectirem e agirem com reais e eficientes soluções, mantêm sedentarismo na actividade cerebral.

       - Rás parta o fantasma! Afinal, o amplificador só produz barulho... Porventura, fornecerá alguma mais-valia? - perguntará o leitor.
       Entre dados suplementares, fornece aumento de imagens mais largas, profundas e com altura (outrora, não era tão notória a particularidade da dimensão dos intervenientes a partir da base até à extremidade superior). Porém, o aumento de espaço, impôs despesa extra, realizando obras para tornar o Auditório Fantasma maior em largura e elevando o tecto.


       Ai a minha cabeça! Nela, ressoam como rugidos as vozes dos amplificadores que já tive, reclamando:
       - Irra! Jamais deveria aparecer um amplificador que nos relegasse ao esquecimento. Gaita!

       Ai os meus ouvidos! Será que a essência do problema, confina-se ao facto do meu natural aparelho auditivo ser de pechisbeque? Pode ser... Efectivamente, não nasci audiófilo, com ouvidos de oiro.

Uiii! Oque pra qui (linguagem blasted) vai!!

Das duas uma ou o prezado forista adquiriu um musical fidelity ou então um dos muitos citados aparelhos de high-end
Barulho? Bem será que só escuta daqueles discos de teste com ruído de várias cores?
Seria uma terceira hipótese....
Relativamente á dimensão do chamado palco sonoro assino por baixo pois ainda há bem pouco tempo ,após troca de um dispositivo que permite ligar fichas de corrente,
fui surpreeendido ao ouvir um disco dos Fletwood Mac , pelo facto do seu baterista estar a tocar com a cabeça no meu tecto ( ele é bem alto ,o baterista claro, não o tecto)
Temos pois de ter algum cuidado quando introduzimos algo que produza esse efeito nos nossos sistemas

Mas....barulho?

Que amp é esse? Parece profissional? Ele tem os transístores à direita encostados aos dissipadores, mas o dissipador da esquerda está a dissipar a fonte de alimentação?

Gosto muito de amps pro, já tive um crest que era muito bom, ele nunca ligava a ventoinha porque em casa nunca aquecia o suficiente para tal. Na altura tinha umas sonus faber concerto ligadas ao crest!!!

Seguindo os bagos de arroz

Quad 520

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Mário Franco escreveu:

Seguindo os bagos de arroz

Quad 520

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De todos os "auditórios" aqui (no Fórum) apresentados, o do Fantasma é aquele que mais surpresas e ensinamentos nos reserva. Isto acontece de tal forma bem integrado, que se torna mais simples parar para pensar como será agradável um espaço onde do silêncio saltam sons das mais variadas proveniências. A escolha criteriosa de cada peça é a pedra de toque, que nem os toques do telefone conseguem desviar.


Parabéns pela soma e multiplicação.

José Miguel escreveu:

De todos os "auditórios" aqui (no Fórum) apresentados, o do Fantasma é aquele que mais surpresas e ensinamentos nos reserva.

Obrigado com tantas assombrações feitas desde data incógnita que por aqui andava sem passar paredes, os conhecimentos adquiridos devem ser enormes.

Ghost4u escreveu:

Mário Franco escreveu:

Seguindo os bagos de arroz
Quad 520

Apesar de realçar que o pássaro que me observou com piedade, desgosta de bagos de arroz, porquanto o que deseja é que lhe coloquem água fresca para se deleitar num relaxante banho, o prezado companheiro Mário Franco foi o único que acertou no fabricante e modelo adquirido num estabelecimento improvável. Por conseguinte, terá direito a uma inesquecível viagem subaquática, iniciada na Base do Alfeite, com destino ao largo da Torre de São Vicente, mais conhecida por Torre de Belém, no submergível U-209PN, da classe Tridente.

Aceito mas levo um navy seal usa

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Esperemos que não entre em pânico por desconhecer um rio nunca antes navegado.

Terminadas as obras de beneficiação, o amplificador iniciou a viagem para o Ilhéu Chão. A foto ilustra o seu estado ao recepcioná-lo.

Ghost4u escreveu:

Terminadas as obras de beneficiação, o amplificador iniciou a viagem para o Ilhéu Chão. A foto ilustra o seu estado ao recepcioná-lo.

E a surpresa pode estar no interior.... agora com a pesca da sardinha interditada até maio, sabe-se lá que surpresas pode conter....

Possivelmente, a surpresa será sardinha em conserva.